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A teoria das inteligências múltiplas e sua importância para auxiliar nos problemas de aprendizagemPDFImprimirE-mail


* Uilma Rezende da Silva 

 RESUMO
 O presente artigo tem por objetivo apresentar reflexões sobre o uso das inteligências múltiplas em sala de aula como  uma metodologia facilitadora no  processo de ensino e aprendizagem em crianças com dificuldades de aprendizagem  a partir de conceitos  e apresentando um roteiro de trabalho com base nessa metodologia. Para a coleta de dados foi realizada uma pesquisa com professores  e alunos cujos  resultados mostram a insatisfação dos mesmos  com o sistema educacional.  Portanto  as reflexões apresentadas  nos fazem pensar em mudanças na ação pedagógica para diminuir as dificuldades de aprendizagem.
Palavras-chave: dificuldades de aprendizagem, inteligências múltiplas, currículo e formação de professores.
 ABSTRACT:
 This article aims to present reflections on the use of multiple intelligences in the classroom as a methodology facilitating the process of teaching and learning in children with learning difficulties from concepts and presenting a working script based on this methodology. For data collection was carried out a survey of teachers and students whose results show the same dissatisfaction with the education system. Therefore the  comments made make us think of changes in teaching strategies in order to reduce learning difficulties.
Keywords:  learning disabilities, multiple intelligences, curriculum and teacher training
INTRODUÇÃO
Na da área da educação nos deparamos com metodologias de ensino que nem sempre suprem as necessidades dos educandos e os mesmos apresentam dificuldades de aprendizagem, dessa forma relacionando a teoria das inteligências múltiplas no currículo das escolas, podemos encontrar uma  alternativa para que os alunos possam aprender através de estímulos diferenciados desenvolvendo assim de forma melhor suas potencialidades.
É importante que a criança seja estimulada desde cedo, pois  cada uma tem uma maneira diferente de aprender, é interessante observar as habilidades das pessoas e trabalhar de forma ampla e dinâmica as habilidades de cada um.  Por isso o referencial teórico das inteligências múltiplas nos proporciona diversas maneira de introduzir conteúdos necessários para o desenvolvimento das crianças de forma diversificada onde a prática pedagógica atenda  as diversas dificuldades de aprender. Assim o presente artigo contribui para os profissionais da área da educação apresentando um modelo de atuação pertinente e diversificado mostrando o  que é necessário  para  rever os conceitos enquanto educadores  adequando-se a  todos os alunos e dificuldades encontradas na escola, relacionando a teoria com uma prática de atuação que possa ampliar possibilidades no processo de ensino aprendizagem.
Para a presente pesquisa foi realizado uma coleta de dados que pretende responder como o referencial teórico das inteligências múltiplas pode ajudar a solucionar problemas de aprendizagem. Portanto para que se estabeleça a relação entre o referencial teórico das inteligências múltiplas e as dificuldades de aprendizagem será apresentado os pontos principais que nos fazem pensar como é possível esse modelo de aprendizagem,  e  como é possível aprender utilizando esse modelo  em todos os processos educacionais que já conhecemos ao longo da  história da educação, e perceber que toda a sociedade passou por diversas transformações e hoje o educando precisa aprender também de maneira diferente onde possa compreender o mundo com um olhar novo que demonstre essa diversidade que encontramos na sociedade atual. Para isso a pesquisa realiza um panorama de conceitos e significados, entrevista com professores e alunos para chegar nos pontos principais de professores e alunos e suas dificuldades educacionais.
Para isso o objetivo principal dessa pesquisa é apresentar uma proposta de atuação para o professor diversificando á prática pedagógica, definindo como a teoria das inteligências múltiplas pode auxiliar nos problemas de aprendizagem? para isso o texto foi organizado com uma introdução sobre o processo de aprendizagem, definindo o que são inteligências múltiplas e dificuldades de aprendizagem e qual relação elas podem ter para uma melhora na prática pedagógica, concluindo com os dados da pesquisa a campo com entrevistas, apresentação dos resultados e considerações finais. Dessa forma é possível dar uma diversidade de informações que auxiliem os envolvidos no processo educacional. 
O PROCESSO DE APRENDER
A aprendizagem e a construção do conhecimento são processos naturais e espontâneos do ser humano que  desde muito cedo aprende a mamar, falar, andar, pensar, garantindo assim, a sua sobrevivência. Com aproximadamente três anos, as crianças são capazes de construir as primeiras hipóteses e já começam a questionar sobre a existência. A aprendizagem também é  considerada um processo natural, que resulta de uma complexa  atividade mental, na qual o pensamento, percepção, emoções, memória, motricidade e os conhecimentos prévios estão envolvidos para que a criança sinta prazer em aprender.
Para Wallon (1992) A escola precisa ser repensada com espaços que não sejam tradicionais com mais possibilidades de espaços, para a ele a escola precisa  proporcionar espaços para a emoção e o pensamento da criança e isso não acontece pois as crianças passam a maior parte do tempo reproduzindo conteúdos.
Hoje no âmbito educacional é importante observar o aluno e entender que cada criança é única e por isso aprende de maneiras diferentes, temos que valorizar as  potencialidades de cada criança e perceber que  o currículo das escolas  deve ser intertrancultural onde os saberes se ampliam e os educados passem a compreender o mundo com base nas relações dialógicas que neles se estabelecem com um currículo das diferenças que nascem em um processo cultural e educacional.
Para Vygotsky ( 1998) A aprendizagem pode ser definida como o despertar de processos de desenvolvimento no interior do sujeito, proporcionado através do meio, para ele a aprendizagem é um processo entre aquele que ensina e aquele que aprende para ele a criança aprende nas relações sociais. Para isso é importante a mediação no processo de ensino e aprendizagem que proporcione uma troca de experiências.
AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 
Para Strick  e Smith  (2001), as dificuldades de aprendizagem referem-se não a um único distúrbio, mas uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico. As dificuldades são definidas como problemas que interferem no domínio de habilidades escolares básicas, e elas só podem ser identificadas se uma criança está na escola.
O estudo do processo de aprendizagem humana e suas dificuldades são desenvolvidos pela Psicopedagogia, levando-se em consideração as realidades interna e externa, utilizando-se de vários campos do conhecimento, integrando-os e sintetizando-os.
Procurando compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, orgânicos, familiares, sociais e pedagógicos  que determinam à condição do sujeito e interferem no processo de aprendizagem, possibilitando situações que resgatem a aprendizagem em sua totalidade de maneira prazerosa.  

As  dificuldades de aprendizagem acontecem ao longo dos anos e na maioria das vezes o que acontece na escola são as dificuldades de ensino de alguns professores com metodologias que já não atende a sociedade atual, as crianças não compreendem alguns conteúdos, pois a maneira de ensino hoje não vem atendendo as dificuldades dos alunos.
As dificuldades de aprendizagem são diversas e vem aumentando,  a escola não está preparada para atender a diferença e a diversidade de pessoas. Segundo Strick e Smith (2001), a verdade é que as dificuldades de aprendizagem acontecessem pela incapacidade das escolas em ajustar-se as diferenças individuais e culturais. Quando a criança não se ajusta ao modelo de aprendizagem da escola  a gestão  tende a culpar a criança pois é mais fácil do que verificar suas dificuldades e auxiliá-las.
Os estudantes com dificuldades de aprendizagem em geral, precisam de ajuda para aprender como modificar comportamentos e ações que facilitem a aprendizagem.  Dessa forma o  professor deve usar atrativos nas aulas que facilitem a compreensão de todos os alunos seja eles com dificuldades de aprendizagem ou não.
 A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Gardner nos últimos anos  estuda os fatores simbólicos e capacidade cognitiva da criança, através de suas pesquisas considera que o ser humano não pode ser medido apenas pela capacidade e raciocínio rápido, lógico matemático e  linguístico  proposto por Binet, acredita que a mente humana possui diversos fatores a serem considerados, entre eles fatores biológicos e  da criatividade humana, para o  ser humano ser considerado inteligente há um conjunto de ações simbólicas, seus estudos foram realizados nas áreas de psicologia, neuropsicológia e neurociência.
Sua teoria foi construída a partir também de alguns questionamentos. Em relação a inteligência artificial, ao ser humano e seu papel como cidadão feliz adaptando-se a complexidade do ambiente que vive e a estudar sobre o cérebro sendo que para ele ainda tem muito a descobrir.  A partir desses questionamentos e através dos testes de Q.I. Gardner define as inteligências múltiplas.  De acordo com Gardner (apud  ARMSTRONG, 2001):
Inteligências múltiplas é um modelo cognitivo que tenta descrever como os indivíduos usam suas inteligências para resolver problemas e criar produtos, sua teoria quer mostrar como a mente humana opera sobre os conteúdos do mundo. As inteligências encontradas por ele até o momento são: linguística, lógico-matemática,espacial,corporal-inestésica,musical,naturalista, interpessoal e intrapessoal. 
A partir dessa teoria das inteligências múltiplas podemos refletir sobre maneiras de utilizar esse referencial na sala de aula, pois as crianças necessitam desde cedo um convívio variado com diversas situações que possa proporcionar  aprendizagens significativas.  A aprendizagem da criança ocorre de várias formas, no brincar, falar, ler e em diversas maneiras e o que faz a diferença nesse caso é que seja qual for a aprendizagem deve ter sentido para a criança.                                         
Na concepção da teoria das inteligências múltiplas acredita-se que a criança deve ser estimulada o tempo todo em suas ações, a criança aprende a solucionar problemas vivendo nas situações do cotidiano  e novas práticas, para isso a aprendizagem deve ser de forma concreta. 
A teoria das IM tem relevância para a aprendizagem a partir do momento que propõe uma aprendizagem respeitando os limites e valorizando cada criança.  Essa teoria passa a importância de valorizar a criança, mas  infelizmente ainda nos deparamos com escolas que classificam o aluno, dispensando o seu conhecimento, e valorizando somente os aspectos de raciocínio, leitura e escrita.
A sociedade atual julga aqueles que conseguem aprender como inteligentes e aqueles que não conseguem aprender são considerados incapazes. Sendo assim o conceito exclusão/ inclusão move a sociedade hoje.
Muito se fala de inclusão como um fator importante e comparado somente a pessoa com deficiência, o que passa despercebido é que esse tipo de exclusão não é a única forma a ser levado em conta. Devemos incluir todos os alunos sejam os que conseguem aprender ou aqueles que encontram dificuldade. Incluir é valorizar cada um dentro dos seus limites e possibilidades seja deficiente ou não. Devemos deixar de lado esse tipo de conceito é realizar a diferença na prática educativa.
A teoria das inteligências múltiplas nos chama a atenção, pelo fato de   oferecer uma linguagem diversificada sobre os talentos internos das crianças, especialmente daqueles alunos que em suas carreiras escolares vinham acumulando rótulos como incapazes de aprender.   
E segundo Charlot (2000), existem é claro alunos que não conseguem acompanhar o ensino, que não adquirem os saberes que supostamente deveriam adquirir que não constroem certas competências, e não são orientados para a habilitação que  desejariam  alunos que naufragam e reagem com condutas de retratação, desordem e agressão. 
É nesse sentido que o referencial das I.M interage, pois na utilização do referencial as habilidades são valorizadas e cada pessoa é diferente e pode desenvolver suas inteligências, e não ser taxado de aluno fracassado por não ser bom em matemática, mas ser muito bom em português, artes, por exemplo, não existe um conjunto padrão de atributos que precisamos ter para ser considerado inteligente numa área especifica. Para isso a prática do professor deve favorecer a habilidade de cada criança, permitindo que nas dificuldades elas aprendam.
É de máxima importância reconhecer e estimular as várias inteligências humanas e todas as combinações de inteligência. E segundo Gardner (1987, p.87): 
Nós somos todos tão diferentes em grande parte porque possuímos diferentes combinações de inteligência. Se reconhecemos isso, penso que teremos pelo menos uma chance melhor de lidar adequadamente com muitos problemas que enfrentamos nesse mundo.
Essa teoria das I.M na prática estimula a criança a aprender, e se o professor nos recursos disponíveis na sala de aula criar um ambiente mais significativo a novas práticas com certeza os alunos terão menos dificuldade de aprendizagem.   O professor que atua com o referencial teórico das I.M está preocupado com aprendizagem da criança, proporcionando na sala de aula um estudo sobre as inteligências como um todo.  Segundo  Gardner(1987) professores devem utilizar novas técnicas modificar sua prática mudando o seu método de apresentação de maneira crítica.
O melhor dessa teoria é que independente do ambiente pode trabalhar sem deixar de trazer as necessidades da escola o que conta é a criatividade e a praticidade com que a aula é elaborada para estimular as oito inteligências. E para se trabalhar no âmbito interdisciplinar é necessário saber que não há um conjunto de estratégias que funciona melhor com cada criança. O que modifica no  grupo que irá trabalhar é o estimulo de tentar abordar todas elas.
Mas quem vai detectar qual é a melhor estratégia de ensino é o professor, que neste caso deve ser pesquisador, comprometido com a aprendizagem, que busque o conhecimento, seja flexível, e modifique a sua prática e como diz Freire (1996): “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino”(p. 15) 
E, ainda, segundo Freire (1996) é necessário uma troca de experiências, ou seja, para o professor dar uma aula que estimule a inteligência linguística, pode realizar ao invés de uma aula formal com giz e lousa e cadeiras enfileiradas, fazer um recital de poesias e em seguida uma roda de conversa. Já na aula de matemática, para estimular essa inteligência pode utilizar um jogo como dama ou xadrez, estimulando assim o raciocínio. 
Para utilizar a inteligência corporal pode fazer uma atividade prática fora da sala como, por exemplo, pular corda entre outras formas. 
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Contudo a relação entre a teoria das inteligências múltiplas com uma prática em sala de aula que favoreça a aprendizagem  e proporcione melhoras  nas dificuldades de aprendizagem está voltada a uma nova maneira de ensino propondo um currículo diferenciado nas escolas.
Segundo Stocco  (1996) há muitas vantagens em adotar o modelo das inteligências múltiplas como orientadoras do trabalho docente e talvez a primeira delas seja assunção do principio que  todas as pessoas são diferentes e que nem todas aprendem da mesma forma, a teoria das I.M nos dá diversas pistas para lidar com essas diferenças permitindo que professores olhem o aluno com sensibilidade, outro aspecto a ser considerado, é que todas as crianças têm capacidade de desenvolvimento em várias áreas,  ou seja as competências valorizadas no individuo  facilitando assim a prática docente se utilizado esse critério, e por fim a avaliação escolar é necessário reformulação o quanto antes.
De acordo com essa teoria o professor tem a oportunidade de utilizar na prática tudo que ao longo dos anos foi discutido na área da educação, a reformulação do ensino está no professor que tem autonomia em sala de aula para aprimorar sua prática fazendo a diferença para o seu grupo de alunos, se o professor tem compromisso com o que faz e com a educação ele tenta aprimorar sua aula usa novas estratégias e faz com que o aluno aprenda por que gosta e não porque são conteúdos que a escola determina.
Os conteúdos são importantes, porém os alunos devem aprender na escola a utilizá-los na prática e o professor precisa estabelecer essa ponte entre a informação e a vivência na sociedade, muitos problemas na sociedade começam na escola, pois o aluno não compreende o mundo e não tem estímulos para prosseguir na vida acadêmica e profissional, os mesmos não são estimulados na escola.
Se a educação começasse  a partir do que o aluno tem de habilidade e a partir disso fossem inseridos os conteúdos com certeza a educação escolar teria mais significado para o aluno,  algumas escolas propõem atividades extraclasses  desse tipo, mas  não é suficiente para o aluno, as pessoas precisam aprender o que gostam primeiro para a partir disso aprenderem   outros conceitos que sejam necessárias para a vida em sociedade. 
Os alunos gostam das aulas de educação física, pois é o momento que eles têm para sair da sala trabalhar o corpo e fazer algo diferente do que giz e  lousa,  que é importante também mas não é tudo e sim uma possibilidade entre várias outras, a base da teoria das inteligências múltiplas é utilizar as habilidades e estimulá-las de maneiras diversificadas nas aulas abordando as oito inteligência e evitando dificuldades futuras. Trabalhando cada inteligência separado ou organizado em um projeto multidisciplinar. 
Dessa maneira uma vez que a escola modifique a prática e passe a ver cada aluno como único  é possível fazer a diferença em crianças com problemas aprendizagem. As crianças com Dificuldades de Aprendizagem devem ter oportunidades apropriadas de aprendizagem. Se o sistema educacional não oferece isso  as escolas,   os professores devem oferecer pensando em estratégias que valorize esse aluno para auxiliá-los em suas dificuldades. 
As dificuldades de aprendizagem são de diversas causas e por motivos diferentes e com características próprias que podem ser notados na escola, para que essas  dificuldades possam ser diagnosticadas e tratadas é necessário a atenção e conhecimento dos professores para tratá-las e encaminharem a profissionais  especialistas na área, para que  seja  feito o diagnóstico dessas dificuldades e evite o fracasso escolar desse aluno.
Sendo assim é possível que essas dificuldades sejam diminuídas no âmbito escolar se as práticas forem reformuladas, para isso o professor modificando a sua aula através da teoria das inteligências múltiplas facilita a compreensão e evita que mais crianças apresentem dificuldades de aprendizagem.  Gardner (1987)
Em minha opinião o propósito da escola deveria ser o de  desenvolver as inteligências e ajudar as pessoas a atingirem objetivos de ocupação e diversão adequados ao seu espectro particular de inteligências. As pessoas que são ajudadas a fazer isso,  acredito se sentem mais engajados e competentes, e portanto mais inclinados a servirem a sociedade de uma maneira construtiva. (p.75) 

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Fonte:  ARMSTRONG, Thomas. Inteligências Múltiplas na sala de aula. 2ª ed. Porto Alegre:
Artmed,2001.p 62,63.

A partir do quadro apresentado, o professor pode perceber que a prática dessa teoria em sala de aula pode ocorrer desde que o professor tenha interesse em modificar sua atuação.  

Portanto para chegar aos dados apresentados até o momento a metodologia utilizada foi  uma pesquisa de campo em escolas públicas  para perceber o que pensam professores e alunos sobre a aprendizagem e as dificuldades de aprendizagem. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foi um roteiro de entrevistas semiestruturado, onde foram entrevistadas três professoras com idades entre 35-50 anos que atuam na educação infantil, fundamental e ensino médio, e três crianças com a faixa etária entre 8-16 anos que cursam séries do ensino fundamental e médio. A forma de análise dos dados foi coletar as respostas das entrevistas e perceber as semelhanças e diferenças entre os entrevistados,  para entender o que vêm acontecendo na escola onde a cada dia aumentam as dificuldades de aprendizagem.
Dos resultados analisados foi possível perceber o quanto professores e alunos estão insatisfeitos com sistema educacional.  Professores  desmotivados  e cansados da profissão, despreparados para atuar com crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem,  que apresentam resistência quando é falado em atuação e metodologias diversificadas. Alunos sem estímulos para estarem na escola, cansados de metodologias ultrapassadas e sem interesse nos conteúdos, foi possível perceber que se as aulas fossem mais dinâmicas e diversificadas não teriam tantas  dificuldades de aprendizagem, os alunos com dificuldades também atrapalham  a aula por não entender alguns conteúdos, as matérias mais interessantes para os alunos são aqueles   que eles possuem facilidade de compreender, e as que os professores são atenciosos  e  propõem  atividades diferentes.  A partir disso todo o referencial teórico apresentado tem relevância educacional propondo uma mudança no sistema de ensino para que não permaneçam em evidencia  dificuldades que   encontramos na escola. A Gestão da escola precisa estar atenta ao que acontece  no interior da  escola, propondo muitos mais momentos reflexivos de troca de experiência para que possibilite a reformulação de metodologias ainda usadas por alguns professores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Contudo o sistema de ensino precisa ser reformulado para suprir as dificuldades encontradas no âmbito educacional, a cada dia mais crianças saem da escola sem conseguir relacionar a teoria da  sala de aula com  a prática fora da escola, saem  sem saber atuar na sociedade atual e sem  preparo para o mercado de trabalho com traumas e dificuldades de aprendizagem que carregam para o resto da vida por não terem sucesso na escola. Para que essas dificuldades possam ser amenizadas precisamos de professores comprometidos com a  educação e que  estejam abertos a rever suas práticas diariamente,  esse modelo de trabalho apresentado a partir das dificuldades de aprendizagem mostra que a postura educacional dos professores  precisam ser  modificadas,  pois    a metodologia de trabalho a partir das inteligências múltiplas possibilita esse avanço  para uma aprendizagem mais significativa na escola.

REFERÊNCIAS 
ANTUNES,  Celso.  As inteligências Múltiplas e seus estímulos.  Campinas,  SP  Paulo: Papirus,1998.
 ARMSTRONG,  Thomas.  Inteligências Múltiplas na sala  de aula.  2ª ed.  Porto Alegre: Artmed,2001.
CHARLOT, Bernad  Da Relação  Com o Saber : Elementos Para Uma Teoria Porto Alegre: Arte Médicas Sul , 2000.
FREIRE,Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários á Pratica Educativa 2ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1 997.,
FONSECA,Vitor. Introdução as dificuldades de aprendizagem. 2ª ed..Porto Alegre- Artes Médicas,1995.
HOWARD,Gardner. Estruturas da Mente. Porto Alegre:Artmed, 2000.
______ Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995
LEVIN, H. Inteligências Múltiplas a teoria e as práticas cotidianas. In: TCR, v. 95, n.4, p.570-575, 1994
 SMITH,Corine, STRICK,  Lisa:  Dificuldades de aprendizagem de A a Z. [trad. Dayse Batista] Porto Alegre: Artmed, 2001.
SMOLE,  Kátia Stocco.  A Matemática na Educação Infantil: a teoria das  inteligências múltiplas na prática escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
STERNBERG, R.  Reformar a reforma da escola: observações sobre as inteligências múltiplas: a teoria na prática. In:TCR. v.95, n.4, p. 561-569, 1994.

 *Uilma Rezende da Silva é professora de educação infantil Pós graduada em Psicopedagogia e Docência no Ensino Superior. Pesquisadora voltada as dificuldades de aprendizagem e os processos de ensino e aprendizagem. 
Fonte: Jornal da Educação



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